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    Início»Livros»CAPÍTULO PRIMEIRO – Características da revelação espírita – parte 2
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    CAPÍTULO PRIMEIRO – Características da revelação espírita – parte 2

    A Gênese, os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo

    16. Assim como a ciência propriamente dita tem por objeto o estudo das leis do princípio material, o objeto especial do Espiritismo é o conhecimento das leis do princípio espiritual; ora, como este último princípio é uma das forças da natureza, que reage incessantemente sobre o princípio material e reciprocamente, segue-se daí que o conhecimento de um não pode estar completo sem o conhecimento do outro. O Espiritismo e a ciência se completam um ao outro; a ciência sem o Espiritismo fica na impossibilidade de explicar certos fenômenos somente pelas leis da matéria; o Espiritismo sem a ciência careceria de apoio e comprovação. O estudo das leis da matéria tinha que vir antes que o estudo da espiritualidade, porque é a matéria que primeiro é captada pelos sentidos. Se o Espiritismo tivesse vindo antes das descobertas científicas teria sido uma obra abortada, como tudo que vem antes do seu tempo.

    17. Todas as ciências se encadeiam e se sucedem numa ordem racional; nascem umas das outras, à proporção que acham ponto de apoio nas ideias e conhecimentos anteriores. A astronomia, uma das primeiras ciências que foram cultivadas, conservou os erros da infância até o momento em que a física veio revelar a lei das forças dos agentes naturais; a química, não podendo nada sem a física, teve de acompanhá-la de perto, para depois marcharem ambas de acordo, amparando-se uma à outra. A anatomia, a fisiologia, a zoologia, a botânica e a mineralogia só se tornaram ciências sérias com a ajuda das luzes trazidas pela física e pela química. A geologia, nascida recentemente, sem a astronomia, a física, a química e todas as outras teria necessitado de seus verdadeiros elementos de vitalidade; ela só podia vir depois daquelas.

    18. A ciência moderna abandonou os quatro elementos primitivos dos antigos11 e, de observação em observação, chegou à concepção de um só elemento gerador de todas as transformações da matéria; porém a matéria por si só é inerte; ela não tem nem vida, nem pensamento nem sentimento; falta-lhe sua união com o princípio espiritual. O Espiritismo não descobriu nem inventou esse princípio, no entanto, foi o primeiro a demonstrá-lo por provas incontestáveis; ele estudou, analisou e tornou evidente a sua ação. Ao elemento material ele juntou o elemento espiritual. Elemento material e elemento espiritual, eis aqui os dois princípios, as duas forças vivas da natureza. Pela união indissolúvel desses dois elementos facilmente se explica uma multidão de fatos até então inexplicáveis.12

    Tendo como objetivo o estudo de um dos dois elementos constitutivos do Universo, o Espiritismo toca obrigatoriamente na maior parte das ciências; ele só podia vir depois da elaboração delas, e nasceu pela força das coisas, pela impossibilidade de se explicar tudo com o auxílio apenas das leis da matéria.

    19. Acusa-se o Espiritismo de parentesco com a magia e a feitiçaria; contudo, esquece-se que a astronomia tem por irmã mais velha a astrologia judiciária, que ainda não está muito distante de nós; que a química é filha da alquimia, aquela com a qual nenhum homem sensato ousaria ocupar-se atualmente. Ninguém nega, entretanto, que havia na astrologia e na alquimia a semente das verdades de que saíram as ciências atuais. Não obstante suas fórmulas ridículas, a alquimia encaminhou a descoberta dos corpos simples e da lei das afinidades; a astrologia se apoiava na posição e no movimento dos astros, que ela havia estudado; mas na ignorância das verdadeiras leis que regem o mecanismo do Universo, os astros eram — para o leigo — seres misteriosos aos quais a superstição atribuía uma influência moral e um sentido revelador. Desde que Galileu, Newton e Kepler13 tornaram essas leis conhecidas, quando o telescópio rasgou o véu e mergulhou nas profundezas do espaço um olhar que algumas pessoas acharam indiscreto, os planetas apareceram para nós como simples mundos semelhantes ao nosso, e toda a estrutura do maravilhoso desmoronou.

    O mesmo ocorre com o Espiritismo em relação à magia e à feitiçaria; estas também se apoiavam sobre a manifestação dos Espíritos, como a astrologia se apoia sobre o movimento dos astros; todavia, ignorando as leis que regem o mundo espiritual, elas misturavam essas relações com práticas e crenças ridículas, as quais o Espiritismo moderno — fruto da experiência e da observação — rejeitou. Certamente, a distância que separa o Espiritismo da magia e da feitiçaria é maior do que aquela que existe entre a astronomia e a astrologia, a química e a alquimia; confundi-las é provar que não se sabe nada sobre elas.

    20. O simples fato da possibilidade de se comunicar com os seres do mundo espiritual tem consequências incalculáveis da mais alta gravidade; é um mundo totalmente novo que se revela para nós, e que é tão importante que alcança todos os homens, sem exceção. Esse conhecimento, em se generalizando, não pode deixar de implicar numa profunda modificação nos costumes, no caráter, nos hábitos e nas crenças que têm tão grande influência sobre as relações sociais. É toda uma revolução que se opera nas ideias, revolução essa tão grande e tão poderosa que não está limitada a um povo, nem a uma classe social, mas que alcança simultaneamente pelo coração todas as categorias, todas as nacionalidades e todos os cultos.

    Assim, é com razão que o Espiritismo é considerado como a terceira das grandes revelações. Vejamos em que essas revelações diferem e por qual laço elas se ligam uma à outra.

    21. Como profeta, Moisés revelou aos homens o conhecimento de um Deus único, soberano Senhor e Criador de todas as coisas; promulgou a lei do Sinai14 e estabeleceu os fundamentos da verdadeira fé; como homem, foi o legislador do povo pelo qual essa fé primitiva, depurando-se, haveria de um dia se espalhar sobre toda a Terra.

    22. O CRISTO, tomando da antiga lei o que é eterno e divino, e rejeitando o que não passava de transitório, puramente disciplinar e de concepção humana, acrescentou a revelação da vida futura, de que Moisés não havia falado, como aquela das penas e recompensas que aguardam o homem após a morte. (Ver Revista Espírita, 1861, páginas 90 e 280.)

    23. A parte mais importante da revelação do Cristo — no sentido que ela é a fonte primária, a pedra angular de toda sua doutrina — é o ponto de vista inteiramente novo sob o qual devemos considerar a Divindade. Esta já não é mais o Deus terrível, ciumento e vingativo de Moisés, o Deus cruel e implacável que rega a terra com o sangue humano, que ordena o massacre e o extermínio dos povos, sem fazer exceção a mulheres, crianças e idosos, que castiga aqueles que poupam as vítimas; já não é mais o Deus injusto que pune um povo inteiro pelo erro do seu chefe, que se vinga do culpado na pessoa do inocente, que fere os filhos pelos erros dos pais; mas um Deus clemente, soberanamente justo e bom, pleno de mansidão e misericórdia, que perdoa o pecador arrependido e dá a cada um segundo as suas obras; já não é mais o Deus de um único povo privilegiado, o Deus dos exércitos presidindo os combates para sustentar sua própria causa contra o Deus dos outros povos, mas o Pai comum do gênero humano, que estende a sua proteção a todos os seus filhos e os convida todos a ele; já não é mais o Deus que recompensa e pune só pelos bens da Terra, que faz consistir a glória e a felicidade na escravidão dos povos rivais e na multiplicidade da descendência, mas aquele que diz aos homens: “Vossa verdadeira pátria não é neste mundo, mas no reino celestial; é lá que os humildes de coração serão elevados e que os orgulhosos serão humilhados”. Já não é mais o Deus que faz da vingança uma virtude e ordena que se retribua olho por olho, dente por dente; mas o Deus de misericórdia, que diz: “Perdoem as ofensas, se querem ser perdoados; façam o bem em vez do mal; não façam ao outro o que não gostariam que eles lhes fizessem”. Já não é mais o Deus mesquinho e meticuloso que impõe — sob as mais rigorosas penas — a maneira pela qual ele quer ser adorado, que se ofende pela inobservância de uma fórmula; mas o Deus grande, que vê o pensamento e não se honra com formalidades. Enfim, já não é mais o Deus que quer ser temido, mas o Deus que quer ser amado.

    24. Sendo Deus o eixo de todas as crenças religiosas e o objetivo de todos os cultos, o caráter de todas as religiões é conforme a ideia que elas fazem de Deus. As religiões que fazem dele um Deus vingativo e cruel julgam honrá-lo com atos de crueldade, com fogueiras e torturas; as que fazem dele um Deus parcial e ciumento são intolerantes e mais ou menos meticulosas na forma, conforme elas o acreditem mais ou menos contaminado pelas fraquezas e insignificâncias humanas.

    25. Toda a doutrina do Cristo está fundamentada sobre o caráter que ele atribui à Divindade. Com um Deus imparcial, soberanamente justo, bom e misericordioso, ele fez do amor de Deus e da caridade para com o próximo a condição expressa da salvação, e diz: Amem a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a si mesmos; nisto estão toda a lei e os profetas; não existe outra lei. Unicamente sobre esta crença ele assentou o princípio da igualdade dos homens perante Deus e o da fraternidade universal. Mas, teria sido possível amar aquele Deus de Moisés? Não; só se podia temê-lo.

    Essa revelação dos verdadeiros atributos da Divindade, junto com a da imortalidade da alma e da vida futura, modificava profundamente as relações mútuas dos homens, impondo-lhes novas obrigações, fazendo-lhes encarar a vida presente sob uma outra luz; por isso mesmo, ela tinha de reagir sobre os costumes e as relações sociais. Incontestavelmente, por suas consequências, esse é o ponto mais importante da revelação do Cristo, e do qual não compreendemos suficientemente a importância; é lamentável dizer que esse é também o ponto do qual mais temos nos desviado e o que mais temos ignorado na interpretação dos seus ensinamentos.

    26. Entretanto, o Cristo acrescenta: “Muitas das coisas que lhes digo vocês ainda não podem compreender, e eu teria a lhes dizer muitas outras que vocês não compreenderiam; por isso é que lhes falo em parábolas; mais tarde, porém, eu lhes enviarei o Consolador, o Espírito de Verdade, que restabelecerá todas as coisas e lhes explicará tudo.” (João, 14,16; Mateus, 17)

    Se o Cristo não disse tudo quanto poderia dizer, é que ele julgou conveniente deixar certas verdades na sombra até que os homens chegassem ao estado de compreendê-las. Por sua confissão, portanto, seu ensinamento estava incompleto, pois anunciava a vinda daquele que deveria lhe completar; logo, ele previu que não compreenderíamos bem suas palavras e que nos desviaríamos do seu ensinamento; em suma, que desfaríamos o que ele fez, uma vez que todas as coisas haveriam de ser restabelecidas: ora, só se restabelece aquilo que foi desfeito.

    27. Por que ele denomina o novo Messias de Consolador? Este nome — significativo e sem ambiguidade — é toda uma revelação. Ele previa com isso que os homens precisariam de consolações, o que implica a insuficiência daquelas que eles achariam na crença que iam fundar. Talvez o Cristo nunca tivesse sido tão claro e tão explícito quanto nestas derradeiras palavras, às quais poucas pessoas deram atenção o bastante, provavelmente porque evitaram esclarecê-las e aprofundar o seu sentido profético.

    28. Se o Cristo não pôde desenvolver o seu ensino de uma maneira completa, é que faltavam aos homens conhecimentos que eles só podiam adquirir com o tempo e sem os quais eles não o poderiam compreender; muitas coisas pareciam sem sentido no estado dos conhecimentos de então. Completar seu ensinamento deve ser entendido então no sentido de explicar e desenvolver, muito mais do que de lhe agregar verdades novas, porque tudo nele se encontra em germe; faltava somente a chave para extrairmos o sentido das suas palavras.

    29. Mas quem ousa se meter a interpretar as Escrituras sagradas? Quem tem esse direito? Quem possui as luzes necessárias, senão os teólogos?15

    Quem o ousa? Primeiro, a ciência, que não pede permissão a ninguém para dar a conhecer as leis da natureza, e que salta sobre os erros e os preconceitos. Quem tem esse direito? Neste século de emancipação intelectual e de liberdade de consciência, o direito de exame pertence a todos e as Escrituras não são mais a arca santa16 na qual ninguém se atreveria a tocar com a ponta do dedo sem correr o risco de ser fulminado. Quanto às luzes especiais necessárias, sem contestar as dos teólogos, por mais esclarecidos que fossem os da Idade Média, e em particular os Pais da Igreja, eles, contudo, não eram o bastante para não condenarem como heresia o movimento da Terra17 e a crença nos antípodas18; e, mesmo sem ir tão longe, os teólogos dos nossos dias não lançaram maldição à teoria dos períodos de formação da Terra?

    Os homens só puderam explicar as Escrituras com o auxílio do que sabiam, de noções falsas ou incompletas que tinham sobre as leis da natureza, reveladas mais tarde pela ciência: eis por que os próprios teólogos — mesmo com muito boa vontade — enganaram-se sobre o sentido de certas palavras e de certos fatos do Evangelho. Querendo a todo custo encontrar aí a confirmação de uma ideia preconcebida, giraram sempre no mesmo círculo, sem abandonar o seu ponto de vista, de tal modo que só viam o que queriam ver. Por mais instruídos que fossem, os teólogos não podiam compreender causas dependentes de leis que eles desconheciam.

    Mas quem se fará o juiz das interpretações diversas, e muitas vezes contraditórias, dadas fora do campo da teologia? O futuro, a lógica e o bom-senso. Os homens — cada vez mais esclarecidos à medida que novos fatos e novas leis forem se revelando — saberão separar os sistemas utópicos da realidade. Ora, as ciências tornam conhecidas certas leis; o Espiritismo revela outras; todas estas leis são indispensáveis para a interpretação dos textos sagrados de todas as religiões, desde Confúcio19 e Buda20 até o cristianismo.

    Quanto à teologia, ela não poderia judiciosamente alegar contradições da ciência, visto que ela nem sempre está de acordo consigo mesma. [continuação, parte 03]


    Notas de Rodapé

    11 Os primeiros filósofos acreditavam que todo o Universo era gerado a partir de certos elementos básicos (por exemplo: terra, ar, fogo e água). Hoje sabemos que essas formas materiais não passam de agregação de outras substâncias, e, portanto, não são elementos materiais em si. – N. T.

    12 A palavra elemento não é empregada aqui no sentido de corpo simples, elementar, de moléculas primitivas, mas no de parte constitutiva de um todo. Nesse sentido, podemos dizer que o elemento espiritual tem parte ativa na organização do Universo, como se diz que o elemento civil e o elemento militar estão presentes no cálculo de uma população; que o elemento religioso entra na educação; ou que na Argélia existe o elemento árabe e o elemento europeu.

    13 Johannes Kepler (1571-1630): célebre astrônomo, matemático e astrônomo alemão. – N. T.

    14 Os dez mandamentos, decálogo. — N. T.

    15 Teólogo: aquele que se ocupa da teologia, que é a ciência que estuda Deus, sua natureza, seus atributos e as implicações disso com o homem e o universo. – N. T.

    16 Referência à Arca da Aliança, descrita no Antigo Testamento, espécie de baú sagrado onde foram depositadas as pedras sobre as quais foram escritos os Dez Mandamentos recebidos por Moisés. – N. T.

    17 O tribunal da Inquisição, pertencente à Igreja Católica, condenavam defensores da ideia de a Terra girar em torno do Sol, pois a Igreja defendia que este planeta era o centro do Universo e que, portanto, tudo girava em torno dele. – N. T.

    18 Antípoda: seres que habitam em lugares opostos. Refere-se ao fato de os antigos doutores da Igreja não terem descoberto a existência de povos de outras regiões, como os do continente americano. – N. T.

    19 Confúcio (551 a.C. – 479 a.C.): filósofo e teórico político chinês – N. T.

    20 Buda, ou Siddartha Gautama (563 a.C. – 483 a.C.): príncipe de uma região ao Sul do Nepal que se tornou fundador e líder espiritual do Budismo. – N. T.

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